Pesquisar este blog

sábado, 8 de outubro de 2011

Tio o que é vitual???

Entrei apressado e com muita fome no restaurante.   
Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, pois queria aproveitar os poucos minutos de que dispunha naquele dia atribulado para  comer e consertar alguns bugs de programação de um sistema que estava  desenvolvendo, além de planejar minha viagem de férias, que há tempos não  sei o que são. 

Pedi um filé de salmão com alcaparras na manteiga,uma  salada e um suco de laranja, pois afinal de contas fome é fome, mas regime  é regime, né? Abri meu notebook e levei um susto com aquela voz baixinha  atrás de mim: 

    -Tio, dá um trocado? 
     - Não tenho, menino. 
     - Só uma moedinha para comprar um pão.  
    - Está bem, compro um para você.   

    Para variar, minha caixa de  entrada estava lotada de e-mails. Fico distraído vendo poesias, as  formatações lindas, dando risadas com as piadas malucas. Ah! Essa música  me leva a Londres e a boas lembranças de tempos idos. 

    - Tio, pede para colocar margarina e queijo também?  
    Percebo que o menino tinha  ficado ali. 
    - OK, mas depois me  deixe trabalhar, pois estou muito ocupado, tá? 

     Chega a minha refeição e junto com ela o meu  constrangimento. Faço o pedido do menino, e o garçom me pergunta se quero  que mande o garoto ir. Meus resquícios de consciência me impedem de dizer.  Digo que está tudo bem. 

    - Deixe-o ficar. Traga o pão e mais uma refeição  decente para ele. 

    Então o menino se sentou à minha frente e perguntou:   

    - Tio, o que está fazendo? 
     - Estou lendo uns e-mails. 

     - O que são e-mails? 
     - São mensagens eletrônicas mandadas por pessoas via  Internet. 
    Sabia que ele não iria  entender nada, mas a título de livrar-me de maiores questionários disse:   

   - É como se fosse uma carta, só que via Internet.   
    - Tio, você tem Internet?  
    - Tenho sim, é essencial no  mundo de hoje.. 

    - O que é  Internet, tio? 
    - É um local no  computador onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas,  conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender. Tem tudo no  mundo virtual. 

    - E o que é  virtual, tio? 
    Resolvo dar uma  explicação simplificada, novamente na certeza que ele pouco vai entender e  vai me liberar para comer minha refeição, sem culpas. 

    - Virtual é um local que imaginamos, algo que não  podemos pegar, tocar. É lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos  de fazer. Criamos nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como  queríamos que fosse

    - Legal  isso. Gostei! 
    - Mocinho, você  entendeu o que é virtual? 
    - Sim,  tio, eu também vivo neste mundo virtual. 
     - Você tem computador? 
     - Não, mas meu mundo também é desse jeito.... Virtual.  Minha mãe fica todo dia fora, só chega muito tarde, quase não a vejo. Eu  fico cuidando do meu irmão pequeno que vive chorando de fome, e eu dou  água para ele pensar que é sopa. Minha irmã mais velha sai todo dia, diz  que vai vender o corpo, mas eu não entendo, pois ela sempre volta com o  corpo. Meu pai está na cadeia há muito tempo. Mas sempre imagino nossa  família toda junta em casa, muita comida muitos brinquedos de Natal, e eu  indo ao colégio para virar médico um dia. Isto não é virtual, tio?   

    Fechei meu notebook, não antes  que as lágrimas caíssem sobre o teclado. 

    Esperei que o menino terminasse de literalmente  'devorar' o prato dele, paguei a conta e dei o troco para o garoto, que me  retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que eu já recebi na  vida, e com um 'Brigado tio, você é legal!'. Ali, naquele instante, tive a  maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias,  enquanto a realidade cruel rodeia de verdade, e fazemos de conta que não  percebemos! 

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

DICAS PARA FAZER UMA BOA DISSERTAÇÃO



Quer fazer uma boa dissertação? Todos desejam ser bem avaliados em suas dissertações, afinal, esse tipo de texto é cobrado na maioria dos processos seletivos, tais como o Enem. Portanto, fique atento quanto às características dessa modalidade textual. Muitos escrevem, escrevem e não procuram saber nem mesmo o básico necessário para se fazer um texto dissertativo. 

Então, seja cauteloso quanto ao seguinte em sua dissertação: 

a) Verbos: os verbos devem estar em terceira pessoa, ou seja, referindo-se a: ele, ela, eles, elas. 

b) Linguagem: é formal, logo, obedece às normas gramaticais. Dessa forma, empregos de expressões coloquiais, ou seja, da oralidade e gírias estão excluídas, tais como: tá boa, o bofe lá, tampá o sol com a peneira, ninguém merece, isso está cheirando mal, sem noção, camarada, etc. 

c) Palavras: devem ser usadas no seu sentido denotativo, literal, ou melhor, no que consta no dicionário. Deixe o sentido figurado para as poesias e outros tipos de textos. 

d) Expressões: é comum lermos: eu acho, na minha opinião, de acordo com que penso a esse respeito, em redações dissertativas. No entanto, essas colocações são redundantes, pois é um texto que mostra o ponto de vista do autor em relação a um fato. Então, é redundante usar tais expressões, mesmo porque deve-se manter a terceira pessoa do discurso. 

e) Períodos: devem ser objetivos e claros. De preferência, mais breves, pois períodos muito longos geram confusão. Aproveite e verifique se a pontuação está correta: se o ponto final está presente em cada ideia finalizada! Estará errada se as orações estiverem emendadas por vírgulas, ocasionando o período longo e confuso. 

f) Estrutura: observe aqui a paragrafação, ou seja, a divisão por parágrafos e também se há introdução, desenvolvimento e uma boa conclusão. Muitas vezes, esta última parte é esquecida! 

Por último observe se sua dissertação tem o mínimo de 15 linhas escritas e o máximo de 35 (tamanho exigido na maioria dos processos seletivos, principalmente no ENEM). 
Se você seguir esses critérios básicos e suficientes da dissertação, então, com certeza, terá uma ótima avaliação!





Fonte:Site Brasil escola.


Texto I


Querido,
         Estou escrevendo esta carta para dizer que vou lhe deixar para sempre. Fui uma boa mulher para você durante sete anos e não tenho nada para provar. As duas últimas semanas foram um inferno. O seu chefe me chamou para dizer que você tinha se demitido, você não me contou nada e isto foi a última gota.             
         Na semana passada, você chegou em casa e não notou que eu tinha um novo penteado e novo corte de cabelo, como não comentou nada, ficou provado que não liga mais para mim. Neste mesmo dia, cozinhei a sua refeição preferida, coloquei nossa musica e até usei uma nova lingerie, você nem aí... Chegou em casa, comeu em dois minutos, não mexeu na mistura, foi ver o jogo...Depois dormiu.             
         Você não diz mais que me ama, nunca mais fizemos sexo. Ou está me enganando ou já não me ama mais, seja qual for o caso, vou lhe deixar.
          P.S . - Se quiser me encontrar, desista. O Júlio, aquele seu “melhor Amigo” das noitadas de boliche, e eu vamos viajar para Praia Grande e vamos nos casar!
         Assinado: Sua Ex-mulher.                                                                                                                                                            
(Texto de autor desconhecido)

TextoII,  Resposta do Marido

Querida Ex-mulher,



  Nada me fez mais feliz do que ler a sua carta. É verdade que estivemos casados durante sete anos, mas dizer que você foi uma boa mulher exagero. Vejo futebol para tentar não lhe ouvir resmungar a toda hora. Assim não valia a pena. Realmente reparei que tinha um novo penteado na semana passada, a primeira coisa que me veio à cabeça foi `Parece um homem!`. Mas a minha mãe sempre me disse para não dizer nada que não fosse bonito. Quando cozinhou a minha refeição preferida, deve ter confundido com a do meu amigo Júlio, porque deixei de comer frango há dois anos... Fui dormir porque reparei que a lingerie ainda tinha a etiqueta do preço. Rezei para que fosse uma coincidência, o meu melhor amigo me pedir emprestado R$ 100,00 e a lingerie ter custado R$99,99 .... Depois de tudo isto, eu ainda lhe amava e senti que poderíamos resolver os nossos problemas... Assim quando descobri que eu tinha ganho na Mega-sena sozinho, deixei meu emprego e comprei dois bilhetes de avião para o Taiti. Mas quando cheguei em casa você já tinha ido... Fazer o que? Tudo acontece por alguma razão. Espero que você tenha a vida que sempre sonhou.... O meu advogado me disse que devido à carta que você escreveu, não vai ter direito a nada. Portanto se cuida!


P.S. - Não sei se eu alguma vez lhe disse isto, mas o Júlio, o meu "melhor amigo", é portador do virus HIV. Espero que isto não seja um problema... 


Assinado: Milionário, Bonitão, Gostosão e Solteirão.


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

DEFICIÊNCIAS - Mario Quintana (escritor gaúcho 30/07/1906 - 05/05/1994 ) .

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive sem ter consciência de que é dono do seu destino. 
"Louco" 
é quem não procura ser feliz com o que possui. 
"Cego" 
é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores. 
"Surdo" 
é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês. 
"Mudo" 
é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia. 
"Paralítico" 
é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. 
"Diabético" 
é quem não consegue ser doce. 
"Anão" 
é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois: 
"Miseráveis" 
são todos que não conseguem falar com Deus. []

quinta-feira, 23 de junho de 2011

"Grandes frases" ditas por jogadores de futebol...





Olá, pessoas lindas ....


Aproveitem seu feriado ...


Para descontrair ... 




'Chegarei de surpresa dia 15, às duas da tarde, vôo 619 da VARIG.' (Mengálvio, ex-meia do Santos, em telegrama à família quando em excursão à Europa) 

'Tanto na minha vida futebolística quanto com a minha vida ser humana.'
 
(Nunes, ex-atacante do Flamengo, em uma entrevista antes do jogo de despedida do Zico)
 

'Que interessante, aqui no Japão só tem carro importado.'
 
(Jardel, ex-atacante do Grêmio)
 

'As pessoas querem que o Brasil vença e ganhe.'
 
(Dunga, em entrevista ao programa Terceiro Tempo)
 

'Eu, o Paulo Nunes e o Dinho vamos fazer uma dupla sertaneja.'
 
(Jardel, ex-atacante do Grêmio) 


'O novo apelido do Aloísio é CB, Sangue Bom.'
 
(Souza, meio-campo do São Paulo, em uma entrevista ao Jogo Duro)
 

'A partir de agora o meu coração só tem uma cor: vermelho e preto.'
 
(Jogador Fabão, assim que chegou no Flamengo)
 

'Eu peguei a bola no meio de campo e fui fondo, fui fondo, fui fondo e chutei pro gol.' 

(Jardel, ex- jogador do  Grêmio, ao relatar ao repórter o gol que tinha feito)
 

'A bola ia indo, indo, indo... e iu!' 

(Nunes, jogador do Flamengo da década de 80)
 

'Tenho o maior orgulho de jogar na terra onde Cristo nasceu.' 

(Claudiomiro, ex-meia do Inter de Porto Alegre, ao chegar em Belém do Pará para disputar uma partida contra o Paysandu, pelo Brasileirão de 72) 


'Nem que eu tivesse dois pulmões eu alcançava essa bola.' 

(Bradock, amigo de Romário, reclamando de um passe longo)
 

'No México que é bom. Lá a gente recebe semanalmente de 15 em 15 dias.' 

(Ferreira, ex-ponta esquerda do Santos)
 

'Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe.' 

(Jardel, ex-atacante do  Grêmio e da Seleção)
 

'O meu clube estava a beira do precipício, mas tomou a decisão correta, deu um passo a frente...' 

(João Pinto, jogador do Benfica de Portugal)
 

'Na Bahia é todo mundo muito simpático. É um povo muito hospitalar.' 

(Zanata, baiano, ex-lateral do Fluminense, ao comentar sobre a hospitalidade do povo baiano)
 

'Jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático e gramático.'
 
(Vicente Matheus, eterno presidente do Corinthians)
 

'O difícil, como vocês sabem, não é fácil.' 

(Vicente Matheus)
 

'Haja o que hajar, o Corinthians vai ser campeão.' 

(Vicente Matheus)
 

'O Sócrates é invendável, inegociável e imprestável.' 

(Vicente Matheus, ao recusar a oferta dos
franceses).

AGORA SENTA E CHORA.....COMPARE O SALÁRIO DELES COM O SEU.....


Tenham um ótimo feriado...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Documentário Fernando Pessoa.







Modernismo em Portugal - Fernando Pessoal



Olá vamos retomar nossos estudos sobre Fernando Pessoa

http://www.slideshare.net/letrasoliveira/literatura-aula-22-modernismo-no-brasil




Agora responda :

1- Quem foi  o principal representante do Modernismo em Portugal?

2- Diferencie : Ortônimo, hetêronimo, psêudonimo?

3- Comente sobre os hetêronimo de Fernando Pessoal? Suas características, onde nasceu, o que fazia?

Deixe a sua resposta no comentário.

Semana de Arte Moderna - Modernismo No Brasil

Oiiii gente,


Estamos caminhando para finalizar mais um bimestre...
Sei que já estamos um pouquinho cansados ...
Mas, não é hora de parar...
Poste seu coméntarios...eles serão muito importantes...

Acesse o link para retonar ao nossos estudos sobre a Semana de Arte Moderna.

http://www.slideshare.net/letrasoliveira/literatura-aula-22-modernismo-no-brasil




Semana de Arte Moderna - Modernismo No Brasil

Oiiii gente,


Estamos caminhando para finalizar mais um bimestre...
Sei que já estamos um pouquinho cansados ...
Mas, não é hora de parar...
Poste seu coméntarios...eles serão muito importantes...

Acesse o link para retonar ao nossos estudos sobre a Semana de Arte Moderna.

http://www.slideshare.net/letrasoliveira/literatura-aula-22-modernismo-no-brasil




PRÉ-MODERNISMO


Créditos-PROFª Edna Prado

PRÉ-MODERNISMO

I – CARACTERÍSTICAS

O Pré-Modernismo é um movimento literário tipicamente
brasileiro. Convencionou-se chamar de Pré-Modernismo o período
anterior à Semana de Arte Moderna de 1922.
Didaticamente, esse movimento literário tem início em 1902 com a publicação do livro Os Sertões, de Euclides da Cunha e com a publicação do livro Canaã de Graça Aranha. O Pré-Modernismo é um
período de transição, pois ao mesmo tempo em que encontrávamos
produções conservadoras como as poesias parnasianas e simbolistas,
encontrávamos as primeiras produções de caráter mais moderno,
preocupadas com a realidade brasileira da época.
Veja as principais características do Pré-Modernismo brasileiro:

* Ruptura com o passado
* Denúncia da realidade
*Regionalismo
* Tipos humanos marginalizados

Ruptura com o passado = As novas produções rompem com o
academismo e com os modelos preestabelecidos pelas antigas estéticas.

Denúncia da realidade = A realidade não oficial passa a ser a
temática do período.

Regionalismo = São retratados o sertão nordestino, o interior
paulista, os subúrbios cariocas, entre outras regiões brasileiras.

Tipos humanos marginalizados = Nas obras desse período,
encontram-se retratadas muitas figuras marginalizadas pela elite, como
o sertanejo nordestino, o caipira, o mulato, entre outros tipos.
Veja os principais autores do Pré-Modernismo brasileiro:

• Euclides da Cunha
• Lima Barreto
• Monteiro Lobato
• Graça Aranha
• Augusto dos Anjos *

Euclides da Cunha = retratou a miséria do subdesenvolvido nordeste do país.

Lima Barreto = retratou a vida carioca urbana e suburbana do início do século XX.

Monteiro Lobato = retratou a miséria dos moradores do interior do sudeste e a decadência da economia cafeeira.
Graça Aranha = retratou a imigração alemã no Espírito Santo.
Augusto dos Anjos * = apresenta uma classificação problemática, não podendo ser apenas estudado como um autor prémodernista.
Sua obra apresenta elementos de várias estéticas. Mas para fins didáticos costuma-se estudá-lo como pré-modernista.

Euclides da Cunha era engenheiro, mas se destacou no cenário brasileiro do
começo do século XX como escritor.
Euclides da Cunha também era jornalista e foi mandado a Canudos, na Bahia como correspondente do jornal “O Estado de São Paulo”, com a tarefa de registrar as operações do exército na revolta baiana.

Essa imagem retrata a grande quantidade de prisioneiros refugiados. A Guerra de Canudos será o tema principal de seu livro mais famoso: Os Sertões.
O Livro Os Sertões é um livro que se localiza entre a sociologia e a
literatura, tamanha a riqueza de detalhes e a preocupação em retratar a
realidade da maneira em que ela se apresentava.
Os Sertões é uma das primeiras obras a romper com a visão romântica do Brasil enquanto terra paradisíaca. Nesse livro, Euclides da Cunha construiu uma espécie de narrativa negativa de um povo
massacrado pela miséria e pela injustiça social. Segundo o autor, a realidade da guerra era muito diferente da que o governo dizia.
Aparentemente o motivo desencadeador da revolta foi o fanatismo religioso e o cangaço, mas na realidade os profundos motivos foram o sistema latifundiário, a servidão e o abandono social da região.
O livro está dividido em três partes: na primeira, Euclides descreve a terra, o cenário em que se desenvolverá o enredo; no segundo, o autor faz uma descrição do homem, explicando a origem dos jagunços e cangaceiros. Destaca-se nesse  momento a descrição do líder do movimento, Antônio Conselheiro. Na terceira parte, encontra-se a grande talvez a maior riqueza do livro, nela Euclides da Cunha apresenta o conflito em si. Somente depois de várias expedições é que os revoltados são vencidos. Dos mais de 20 mil brasileiros em Canudos, restaram apenas 4: um velho, dois homens feitos e uma criança na frente de um exército de 5 mil homens.

Veja a imagem de outro importante autor pré-modernista:

Lima Barreto teve uma vida muito atribulada, principalmente por ser pobre e negro, numa época marcada por várias formas de preconceito. Ao contrário de
Machado de Assis, que alcançou a notoriedade ainda em vida, Lima Barreto sofreu muito com o preconceito racial, com o alcoolismo e com as freqüentes crises depressivas.
Lima Barreto, sentindo as dores do preconceito e da pobreza,
mostrou grande identificação com as pessoas marginalizadas da sociedade da época, com as quais sempre conviveu. Sua obra é uma literatura sobre o povo e para o povo, seus textos apresentam uma
linguagem simples e direta, assemelhando-se à linguagem  jornalística, panfletária. O que lhe causou muitas críticas.
Lima Barreto soube como nenhum outro pré-modernista retratar
com muito realismo a vida dos subúrbios cariocas e as desigualdades
sociais do Rio de janeiro do início do século XX, uma época de grande
desenvolvimento e transformações.
Entre seus livros mais conhecidos está Triste Fim de Policarpo
Quaresma. Nesse romance narrado em terceira pessoa, através de
uma forte carga humorística, Lima Barreto conta a história do Major
Policarpo Quaresma. O livro é uma caricatura da vida política brasileira
no período posterior à proclamação da República.
Policarpo Quaresma é um fanático, uma espécie de Dom Quixote brasileiro. Possuidor de um nacionalismo extremo, Quaresma tenta evitar a todo custo a influência da cultura européia na cultura brasileira.

Entre suas várias tentativas de preservar a cultura nacional o
major chega a escrever uma carta ao Congresso Nacional. Veja com que
objetivo:
“Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo
de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo também de
que, por este fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo
das letras, se vêem na humilhante contingência de sofrer continuamente
censuras ásperas dos proprietários do língua; sabendo, além, que,
dentro de nosso país, os escritores, com especialidade os gramáticos,
não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se,
diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais profundos
estudiosos do nosso idioma, usando o direito que lhe confere a
Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupiguarani
como língua oficial e nacional do povo brasileiro”.
Depois de muita confusão Quaresma é internado como louco. Ao
sair do hospício seu nacionalismo parece ter diminuído um pouco, mas
se lança em outra batalha, desejava reformar a agricultura do país.
Veja outro conhecido autor do pré-modernismo brasileiro:
Monteiro Lobato foi uma figura muito polêmica, ao contrário da impressão
que a maioria das pessoas tem hoje a seu respeito. Hoje, falar em Lobato é lembrar do
escritor de livros infantis e criador do Sítio do Pica-pau Amarelo, mas sua produção
não se limita a esse gênero.
Monteiro Lobato foi um escritor que retratou como ninguém o
atraso das regiões interioranas de São Paulo. Ele foi o criador de um dos
símbolos do atraso e da ignorância do caipira. Ele é o criador da figura
do Jeca Tatu.
Lobato tinha um gênio muito forte, desde criança mostro-se
rebelde. Foi um dos primeiros a dizer que havia petróleo em terras
brasileiras, chegando a ser preso por isso, durante o período da ditadura
militar. Seu jeito explosivo foi responsável por um dos motivadores do
movimento modernista. Monteiro Lobato, num artigo intitulado
“Paranóia ou mistificação?”, faz duras críticas ao trabalho modernista da
pintora Anita Malfatti.
Veja o tom de suas palavras:
“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem
normalmente as coisas e em conseqüência fazem arte pura, guardados
os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das
emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres (...)
A outra espécie é formada dos que vêem anormalmente a
natureza e a interpretam à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão
estrábica excessiva. São produtos do cansaço e do sadismo de todos os
períodos de decadência; são frutos de fim de estação, bichados ao
nascedoiro (...) Embora eles se dêem como novos precursores duma
arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica:
nasceu com a paranóia e com a mistificação (...) Sejamos sinceros;
futurismo, cubismo, impressionismo e tutti quanti não passam de outros
tantos ramos da arte caricatural (...)”
Graça Aranha é o autor de Canaã, que juntamente com Os
Sertões, dá início ao Pré-Modernismo brasileiro. Nessa obra Graça
Aranha narra o processo de colonização alemã no Espírito Santo.
Augusto dos Anjos, como já foi visto, apresenta uma
classificação problemática. Ele era conhecido como o autor do
pessimismo, do mau gosto, do escarro e dos vermes.
Veja um de seus textos:
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme – este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

 EXERCÍCIOS
1) (FUVEST) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o
nacionalismo exaltado e delirante da personagem principal motiva seu
engajamento em três diferentes projetos, que objetivam “reformar”o
país. Esses projetos visam, sucessivamente, aos seguintes setores da vida nacional:
a) escolar, agrícola e militar;
b) lingüístico, industrial e militar;
c) cultural, agrícola e político;
d) lingüístico, político e militar;
e) cultural, industrial e político.
R: c
2) (Mackenzie) “Adotando o modelo determinista, segundo o qual o
meio determina o homem, a obra divide-se em três partes. Sua
publicação foi relevante para a época: primeiramente porque foi a
primeira obra brasileira a retratar um fato histórico contemporâneo com
o rigor interpretativo da Ciência; em segundo lugar, porque, colocandose
nitidamente a favor dos homens da região, o autor situa o fenômeno
como um problema social, decorrente do isolamento político do Nordeste
em relação ao resto do país”.
Assinale a alternativa em que aparece o nome da obra a que se refere o
texto acima:
a) Grande Sertão: Veredas
b) Os Sertões
c) Vidas Secas
d) Seara Vermelha
e) O sertanejo
R: c
3) (Juiz de Fora) Leia atentamente o fragmento de texto abaixo:
“E, bem pensando, mesmo na sua pureza, o que vinha a ser a
Pátria? Não teria levado toda a sua vida norteado por uma ilusão, por
uma idéia a menos, sem base, sem apoio, por um Deus ou uma Deusa
cujo império se esvaía?”
(BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. RJ: Ediouro, s/d, p.131)
No fragmento transcrito percebe-se:
a) o desdém de Policarpo Quaresma pela idéia de Pátria ou de nação;
b) a recusa de Policarpo em aderir à idéia de patriotismo ou defesa
do país;
c) a intransigência de Policarpo Quaresma em relação aos que
queriam vender a Pátria e os princípios;
d) a consciência de Policarpo a respeito do idealismo abstrato que
sempre o leva à ação;
e) a indecisão de Policarpo Quaresma diante da necessidade de servir
ao governo florianista.
R: d
4) (Juiz de Fora) O personagem Policarpo Quaresma, do romance de
que se transcreveu o trecho (questão anterior), é:
a) venal, sempre disposto a se vender a qualquer aceno;
b) quixotesco, buscando soluções ideais e abstratas para problemas
concretos;
c) desiludido, mantendo-se indiferente a todos os acontecimentos a
sua volta;
d) psicótico, levando ao extremo soluções sangrentas para qualquer
problema; preocupado apenas com seus livros, suas músicas e
suas danças;
e) apático.
R: b
5) (UNIP) A obra reúne uma série de artigos, iniciados com “Velha
Praga”, publicados em O Estado de S. Paulo em 14-11-1914. Nestes
artigos o autor insurge-se contra o extermínio das matas da Mantiqueira
pela ação nefasta das queimadas, retrógrada prática agrícola perpetrada
pela ignorância dos caboclos, analisa o primitivismo da vida dos caipiras
do Vale do Paraíba e critica a literatura romântica que cantou
liricamente esses marginais da civilização.
a) Contrastes e Confrontos (Euclides da Cunha);
b) Urupês (Monteiro Lobato);
c) Idéias de Jeca Tatu (Monteiro Lobato);
d) À Margem da História (Euclides da Cunha);
e) Triste Fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto).
R: b